Ema (Rhea americana)

Ema é a maior ave das Américas. No mundo, só perde para o primo Avestruz. Pertence a ordem dos Rheiformes, à família Rheidae e à espécie Rhea americana.

Características: ave pernalta de grande porte. É uma ave corredora que, pela incapacidade de voar, lembra o avestruz da savana africana. Aliás, acredita-se que tenham um ancestral comum. Mas se as asas não lhe servem para voar, desempenham papel importante na corrida, pois funcionam como uma espécie de leme, ajudando a ave a equilibrar-se e a mudar de direção.

Plumagem macia e cinza; sem cauda. Os machos possuem o pescoço negro, quando adultos. São dotadas de boa visão. Desenvolve a maior velocidade nas corridas, cerca de 60km/h. No mundo, só perde para o avestruz, que alcança os 80km/h. São aves rústicas que sobrevivem à seca; por outro lado, não suportam grandes períodos de chuvas pois suas penas não são impermeáveis e o excesso de umidade pode ser fatal para os filhotes. Alcançam 2 m de altura, peso de 36 Kg e envergadura de 1,50 m.

Habitat – planícies, regiões de campo, desde que haja água.
Ocorrência – América do Sul, do Brasil à Argentina
Hábitos – quando está muito calor, a ema dorme durante o dia, só saindo à tardinha em busca de alimento. Terrestres por excelência, saem em disparada quando assustadas. Descansam sentadas sobre os tarsos; dormem com o pescoço esticado para a frente ou dobrado para as costas. Gostam de tomar banho. Vivem em bandos e procuram companhia de ovelhas, vacas e veados campeiros. Bebe pouca água.

Alimentação – insetos, roedores, répteis, capim e sementes. Além disso, a ema come muitas pedrinhas, que servem para facilitar a trituração dos alimentos. Devido a este hábito, ela não resiste à tentação de engolir também outros objetos miúdos.

Reprodução – na época de reprodução, com a elevação da taxa de hormônios, os machos se separam dos grandes bandos e sofrem transformações morfológicas e comportamentais. Nesta fase, ocorre a formação dos haréns que podem ser compostos por até 9 fêmeas. Na disputa entre os machos destacam-se as vocalizações, os saltos, as exibições das asas e do pescoço, ataques e expulsões. O macho reúne 5 ou 6 fêmeas, escolhe um território e faz o ninho. Muitas vezes o território do harém é diferente do território do ninho, os quais são defendidos pelo macho. É ele quem prepara o único ninho onde todas as suas fêmeas botam os ovos. As fêmeas colocam os ovos em qualquer lugar. Quando está cheio de ovos (cerca de 12), afasta as fêmeas e começa a chocá-los. Os ovos são brancos e pesam 600 gramas.

Após a postura, enquanto o macho fica chocando os ovos, as fêmeas deslocam-se para se agruparem e passarem por mais uma fase de formação de harém, com outro macho e botarem  em outro ninho. As fêmeas se acasalam com três machos diferentes e colocam em cada ninho de 4 a 5 ovos. Este sistema de acasalamento chama-se poligínico-poliândrico.

Os filhotes nascem após 6 semanas e são cuidados pelo pai. Alguns ovos ficam gorados e exalam forte cheiro quando rompida a sua casca. O odor atrai grande quantidade de insetos que formam a primeira fonte de nutrientes para os filhotes. Estes já nascem com a agilidade necessária para ficar distante da mãe, pouco carinhosa e que pode matá-los. Com duas semanas de idade, as eminhas alcançam meio metro de altura, sem contar o pescoço. Em dois anos estão adultos.

Ameaças – está na lista dos animais que estão em perigo de extinção. Os principais fatores que levaram à diminuição das populações das emas foram a destruição do habitat natural (cedendo lugar para a agropecuária); a caça para alimentação e para a proteção das plantações, e os atropelamentos. Os agricultores não vêem a ema com bons olhos; ela gosta de se alimentar dos tenros brotos e das sementes enterradas; ao lado do Parque Nacional das Emas, GO, é comum vê-las (junto com os veados) saírem da área protegida para se alimentarem nas plantações contaminadas com agrotóxicos que, ingeridos, comprometem a saúde do animal e a de sua prole. Por outro lado, os pecuaristas consideram esta ave útil por se alimentarem de pequenas serpentes além de carrapatos e moscas que parasitam o gado. Em algumas regiões, as emas são capturadas e têm suas penas arrancadas para a fabricação de adornos, espanadores e adereços para fantasias de carnaval; a coleta das penas ocorre a cada 10 meses.

Exploracao comercial da ema:

Carne

É um pouco mais fibrosa que a de outras aves, como a galinha, mas tem bom sabor e faz parte de pratos tradicionais em muitos Estados brasileiros

Ovos

São riquíssimos em proteína e bastante grandes (pesam 400 a 700 g, cerca de quinze vezes o da galinha);

Pele

Depois de curtida, dá excepcional matéria-prima para bolsas, sapatos, cintos e casacos. É tão resistente quanto os couros tradicionais, mas, por ter granulação fina, é mais suave e macia.

Penas

Servem para espanadores e outros artefatos, inclusive adornos de roupas femininas e fantasias. Cada ema tem 110 a 120 penas por asa e as maiores chegam a 60cm.

Pepsina

Na ema a pepsina é encontrada em grande quantidade podendo ser aproveitada pela indústria farmacêutica na fabricação de digestivos.

Reprodução

Na época de acasalamento, enquanto a fêmea permanece altiva e dengosa – fazendo ares de quem não esta nem aí -, o macho joga todo seu charme numa dança tão vigorosa quanto atrapalhada em torno da namorada, quando abre as asas e eriça as penas da cabeça.

Depois de formar seu harém, no entanto, o macho vira um doce. É ele quem constrói o ninho, choca os ovos e cria os filhotes. O ninho é simples: um buraco no chão para ser usado por todas as esposas.

Durante a choca, que ninguém se arrisque a chegar perto, porque o papai ema fica uma fera e ataca com violência. Depois que terminam – e enquanto o macho se dedica à choca e criação da eminhas -, as fêmeas, livres e desimpedidas, saem um busca de outros maridos.

Filhotes

Nos primeiros dias de vida, os filhotes têm penugem amarelada e rajada de negro. Com o tempo, as penas vão ganhando a cor acinzentada definitiva. Em um ano, estão maduros sexualmente e alguns atingem o peso máximo – cerca de 36 quilos – aos dezoito meses, com 1,30 metro de altura ( se medir desde a cabeça, dá mais de 2 metros).

Os filhotes são muito sensíveis à umidade, porque as penas de ema, ao contrário das da maioria das aves, não são impermeáveis. Os períodos de chuva prolongados podem ser mortais para eles.

Alimentação

A ema é onívora, isto é, come de tudo: de vegetais a animais pequenos como preás, lagartos, ratos e insetos. Também come cobras, embora não sejam sua especialidade. Tem preferência por gramíneas e leguminosas rasteiras e faz a festa, depois das chuvas, com as plantas tenras que nascem primeiro.

Com os cactos, ela mata, ao mesmo tempo, a fome e a sede.

Quando criada em cativeiro, pode ser alimentada com ração de perus, forragens verdes e leguminosas. No primeiro ano de vida, exige alimentos ricos em cálcio e fósforo para fortalecer os ossos: por ter crescimento muito rápido e alcançar bom peso, sua pernas tendem a entortar.

Não convém deixar nas proximidades objetos metálicos coloridos ou brilhantes, porque a ema engole tudo que lhe chame muito a atenção, já que quase não tem paladar. O acúmulo de peças de metal no seu estômago provoca-lhe, muitas vezes, a morte.

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